sexta-feira, novembro 18, 2016
Chuva de meteoros Leonídeas chega nesta quinta ao ápice
Quem olhar para o céu na noite desta sexta-feira, 18, ainda poderá
observar a chuva de meteoros conhecida como Leonídeas. O fenômeno anual chegou ao seu ápice nesta quinta-feira, 17, mas ainda será visível até o domingo, 20 –
a olho nu -, na direção da constelação de Leão.
Pelo menos 40 meteoros por hora riscarão os céus, de acordo com
Irapuan Rodrigues, professor de Física e Astronomia da Universidade do Vale do
Paraíba (Univap).
“Uma chuva de meteoros ocorre quando, ao orbitar em torno do Sol a
Terra atravessa o rastro de poeira e rochas – os meteoroides – que se
desprendem da cauda de algum cometa na sua trajetória pelo sistema solar”,
explicou Rodrigues à reportagem.
Segundo ele, uma “estrela cadente” significa que um meteoroide
acabou de se chocar com a atmosfera terrestre, entrando em incandescência. “Os
que conseguem resistir à fricção do ar e chegar até o solo são os chamamos de
meteoritos”, afirmou.
A chuva de meteoros Leonídeas é uma das melhores chuvas de meteoros
para observação e a mais importante do mês, segundo Rodrigues. “Esse nome
indica que o ‘radiante’ da chuva fica na direção da constelação de Leão e é
nessa direção que devemos olhar”, disse. Para encontrar a constelação será
preciso olhar para o céu na direção nordeste.
Segundo o Observatório da Univap, que fica em São José dos Campos
(SP), a partir da meia-noite será possível até registrar imagens com uma câmera
fotográfica. Não são necessários equipamentos especiais para observação, basta
olhar para o céu na direção certa.
As Leonídeas foram responsáveis por algumas das mais intensas
chuvas de meteoros da história, com taxas que já chegaram a 50 mil meteoros por
hora, de acordo com Bill Cooke, especialista da Nasa em meteoros.
“Este ano, no entanto, as Leonídeas não estão em explosão, por isso
as taxas serão menores. As explosões ocorrem quando a Terra passa por um trecho
especialmente denso de meteoros. Quando não há explosão, as Leonídeas são uma
chuva de meteoros menor. A última explosão ocorreu em 2001 e a próxima só
acontecerá em 2033”, disse Cooke.
A visibilidade também será limitada este ano por causa da Lua
minguante que provavelmente ofuscará alguns dos meteoros, segundo Cooke. “Ainda
assim, será possível ver a chuva de meteoros”, disse.
De acordo com Cooke, embora as Leonídeas sejam mais fáceis de
observar no Hemisfério Norte, os observadores do Hemisfério Sul também poderão
ver “o show”.
Restos de cometa
As Leonídeas aparecem anualmente em novembro, quando a órbita da
Terra cruza a órbita do cometa Tempel-Tuttle. O cometa completa uma volta em
torno do Sol a cada 33,3 anos, deixando um rastro de poeira e entulho em seu
caminho.
Quando a órbita da Terra cruza esse rastro de detritos, pedaços do
cometa caem na superfície do planeta. O atrito com a atmosfera terrestre aquece
os pedaços de cometa – cujo tamanho varia entre o de um grão de poeira e o de
uma ervilha – até que eles se incendeiem. Os meteoros que sobrevivem à entrada
ardente na atmosfera são chamados meteoritos. Mas no caso das Leonídeas,
provavelmente nenhum meteorito será produzido.
Segundo Cooke, para ver o fenômeno basta ter um pouco de paciência.
“É só ir para fora, procurar um lugar onde o céu esteja escuro e se deitar para
olhar o céu. Os meteoros não serão muito frequentes, será preciso dispor de um
par de horas”, declarou.
Fonte: Estadão Conteúdo
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