sábado, setembro 03, 2016
Home
Noticia Regionais
Notícias Policial
Chacina teve participação de 100 policiais, afirma Ministério Público
Chacina teve participação de 100 policiais, afirma Ministério Público
Como fora antecipado pela mídia em junho deste ano, mais de
100 policiais podem ter tido algum envolvimento, direta ou indiretamente, com a
"Chacina de Messejana". A comissão do Ministério Público do Ceará
(MPCE) que investigou os 11 homicídios tem convicção que o grupo é pelo menos
duas vezes maior que os 45 policiais que foram identificados pelas provas
técnicas e denunciados. 44 tiveram a prisão preventiva anunciada na última
terça-feira (30), mas muitos coautores dos crimes devem ficar impunes.
A afirmação foi enfatizada mais de uma vez na coletiva de
imprensa do MPCE, realizada na manhã de ontem, para abordar o fim do sigilo em
que transcorria o caso. O evento, realizado no Auditório da Procuradoria-Geral
de Justiça, contou com o procurador-geral do Estado, Plácido Barroso Rios, o
representante da 1ª Promotoria do Júri, Marcus Renan Palácio, e membros do
Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco),
coordenado pelo promotor Manoel Epaminondas Vasconcelos. Na ocasião, o grupo
apresentou vídeos e áudios que corroboram para a denúncia dos 45 policiais.
A força-tarefa do Ministério Público passou 65 dias
debruçada sobre a chacina, acompanhando o depoimento de 240 testemunhas e
coletando as provas mais diversas sobre os crimes, originando o total de 3.300
laudas de descrição, separadas em 12 volumes, com três anexos. O relatório
final da denúncia foi resumido em 300 páginas.
Segundo o MPCE, os criminosos escolheram as vítimas
arbitrariamente, sem oferecer chances de defesa, e cometeram as execuções. Quem
testemunhasse os homicídios também virava alvo do massacre, para não deixar
vestígios. Sem valer das chamadas provas testemunhais, a investigação se baseou
principalmente nas provas técnicas. Imagens das câmeras de monitoramento de
residências e do comércio nos bairros Curió e São Miguel, na Grande Messejana;
a utilização das antenas da rede de telefonia móvel, identificadas como Estação
Rádio Base (ERBs) pelos celulares; os laudos periciais; e a localização das
viaturas policias pelo sistema GPS foram tecnologias utilizadas para identificar
a participação dos policiais na maior chacina da história de Fortaleza.
Apesar da ajuda da tecnologia, o Ministério Público afirmou
que não havia condição de provar a participação de mais policiais na chacina,
apesar das imagens demonstrarem isso, e que as denúncias foram feitas de forma
responsável para não culpar nenhum inocente. "Essas provas nos dão uma
maior segurança no que estamos apresentando ao Poder Judiciário do Ceará, tanto
que, quase na totalidade da opinião do Ministério Público foi recepcionado pelo
colegiado de juízes determinado pelo Tribunal de Justiça do Ceará para
acompanhar esse caso", afirmou o procurador-geral da Justiça, Plácido
Barroso Rios.
A denúncia foi entregue à Justiça no último dia 15 de
junho. Mais de dois meses depois, a 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza
expediu a prisão preventiva de 44 policiais, que se apresentaram no dia
seguinte, anteontem, ao 5º Batalhão da Polícia Militar (Centro).
Frieza
O relatório final do Ministério Público detalha
minuciosamente os catalisadores da represália violenta dos policiais e a
chacina realizada na madrugada do dia 12 de novembro de 2015. Para organizar os
fatos, o grupo responsável pelo documento dividiu a história em nove episódios.
"Essas mortes que nós apuramos não advieram de
operações ou embates policiais. As pessoas que morreram foram assassinadas
friamente. Pessoas que se ajoelharam para não morrer. Entretanto, as vidas que
foram encontradas naquela noite tenebrosa não foram poupadas. Morreram 11
inocentes que não apresentaram reação", concluiu o procurador Plácido
Barros.
Além de expedir as prisões preventivas, o recebimento da
denúncia pela 1ª Vara do Júri, composta especialmente para esse caso por um
colegiado de três juízes, marcou a primeira audiência para o dia 7 de outubro
deste ano, para depoimento das sete pessoas que foram alvejadas na ação
criminosa, mas sobreviveram. "O próximo passo é manter a força-tarefa para
acompanhar a instrução processual, que é justamente as testemunhas e as
perícias serem ratificadas na presença do colegiado. Nós esperamos concluir
esse processo o mais rápido possível", completou o procurador-geral.
Diário do Nordeste
Tags
Noticia Regionais#
Notícias Policial#
Compartilhar isso
Sobre Folha Serrana
Notícias Policial
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Post Top Ad
Your Ad Spot
Author Details
Ut wisi enim ad minim veniam, quis nostrud exerci tation ullamcorper suscipit lobortis nisl ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis autem vel eum iriure dolor in hendrerit in vulputate velit esse molestie consequat.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe Seu Comentário é Muito Importante para Nós