sábado, setembro 10, 2016
Ceará tem melhor índice de educação básica do Nordeste
O desempenho dos estudantes cearenses foi destaque no
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2015, divulgado ontem pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
De acordo com o indicador, que considera dados de aprovação e performance nas
avaliações do Ministério da Educação, o Ceará não só bateu as metas
estabelecidas para o ano passado, como também alcançou os resultados mais altos
da Região Nordeste no ensino fundamental, tanto nos anos iniciais (1º ao 5º),
quanto nos finais (6º ao 9º).
Na primeira etapa, o índice atingido pelo Estado chegou a
5,9, superando a meta de 4,5. O número foi superior ao de estados como
Pernambuco (5,0), segundo lugar do ranking nordestino; Piauí e Paraíba (4,9),
empatados em terceiro; e Rio Grande do Norte (4,8), em quarto. Já na etapa
final, o Ceará alcançou índice de 4,8, também acima da meta, determinada em
4,3. O 2º lugar da região ficou com o Estado do Piauí (4,2), e o terceiro com
Pernambuco (4,1). Este último e o Ceará foram os únicos da região a superarem
suas respectivas metas no indicador.
Para calcular o Ideb, o Instituto utiliza fontes como o
Censo Escolar, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e a Avaliação
Nacional do Rendimento Escolar, conhecida como Prova Brasil. A cada
levantamento, são estabelecidas metas para estados e municípios, de modo que o
índice nacional possa chegar a 6,0 até o ano 2021. Os resultados, publicados a
cada dois anos, traçam um panorama da qualidade do ensino do País.
Etapas
O bom desempenho em ambas as etapas do ensino fundamental
ocorre pelo 5º ano consecutivo de Ideb. Desde 2007, o Estado supera as metas na
avaliação.
Segundo o secretário da Educação do Estado, Idilvan
Alencar, resultados satisfatórios do Ceará estão relacionados às estratégias do
governo estadual na área, a exemplo da implantação do Programa de Alfabetização
na Idade Certa (Paic), em 2007. Dentre outras ações, a iniciativa prevê mais
apoio aos municípios, investimento em materiais didáticos e formação para
professores. "Todos os municípios mostraram bons resultados no ensino
fundamental e isso se deve à ação conjunta deles e do Estado no Paic",
afirmou.
O professor da Faculdade de
Educação da Universidade Federal do Ceará (Faced-UFC), Paulo Meireles Barguil,
também atribui parte do êxito cearense ao programa. "O Paic é importante
porque toda a educação escolar é baseada na cultura que está em livros. Quanto
mais cedo a criança é alfabetizada, mais cedo ela tem acesso a esse
repertório", observa Barguil. No entanto, destaca que os números poderiam
ser melhores caso houve mais investimento. "O Estado ainda peca na falta
de investimento na contratação de professores efetivos no lugar dos
substitutos, o que acaba sendo prejudicial".
Além do ensino fundamental, o Ideb também abrange o ensino
médio. Nessa fase da educação, entretanto, o Ceará não atingiu a meta, apesar
de ter registrado crescimento no índice em relação à avaliação anterior,
realizada em 2013. Em 2015, o índice foi de 3,7, quando a meta era 4,2. Este
foi o segundo ano consecutivo que o Estado não conseguiu superar o objetivo.
O secretário da Educação afirma que a dificuldade é
nacional e decorre de problemas acumulados desde a formação inicial dos
estudantes. Conforme ele, a aposta do governo estadual para reverter o baixo
índice é a implantação do tempo integral e a união entre ensino médio e ensino
profissionalizante. "Acreditamos fortemente que o tempo integral muda.
Temos experiencias no Ceará com 115 escolas profissionalizantes. Quando
isolamos resultados dessas unidades nas avaliações, há um desempenho muito
melhor e percebemos menos evasão escolar", diz.
Município
Assim como o Estado, Fortaleza obteve resultados
individuais acima da média estabelecida no ensino fundamental em 2015. Em ambas
as etapas, anos iniciais e finais, as metas foram atingidas na rede pública de
ensino em geral. Na primeira fase, a Capital alcançou índice de 5,4, pouco
acima da meta (4,7). Já na fase final, o índice chegou a 4,2,superando a meta
de 4,0.
Este foi o quinto ano consecutivo que Fortaleza bateu as
metas do Ideb. Em 2005, nem a primeira nem a segunda etapa do ensino
fundamental atingiram os números estabelecidos. De 2007 para 2015, o índice da
Capital para os alunos do 1º ao 5º ano passaram de 3,5 para 5,4. No mesmo
período, em relação aos estudantes do 6º ao 9º anos, o índice subiu de 3,0 para
4,2.
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