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sábado, julho 23, 2016

Jovens empreendedores rurais

Empreender numa pequena comunidade rural do Interior do Nordeste não é fácil, ainda mais para pessoas bem jovens. Prova disso é a história do casal Gilberlane Oliveira Arruda, 22 e Juliana de Oliveira Rocha, 19. Morador da comunidade Muquém, em Pentecoste, Gil aprendeu a bordar com a mãe, ainda menino, e esse foi o seu primeiro trabalho. Crescido, foi só ter acesso à informação e ao financiamento para deslanchar seu negócio.



A confecção de jalecos foi iniciada há três anos e a agilidade do jovem casal na produção para comercialização certa na Capital é impressionante. Enquanto gravávamos a entrevista, eles produziram um só para demonstrar. Foi tudo tão rápido que nem vimos quando pregaram os botões.
No curso do Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER), Gil conta que tinha que fazer um plano de negócio, mas já sabia o que queria. Só precisava de alguém que o ensinasse a cortar e costurar. Foi em Maranguape que conseguiu esse aprendizado, em troca de uma simples galinha caipira. Munido de muita força de vontade, ele fez o empréstimo do Fundo Veredas e comprou suas primeiras máquinas de costura.

Produção
Depois de três anos trabalhando lado a lado, Gil e Juliana hoje já costuram uma média de 200 a 300 jalecos por mês. Para garantir a entrega das encomendas a tempo, eles contam com a mão de obra de seis bordadeiras fixas. Quando o pedido é maior, contratam outras. Gil explica que eles chegam a fazer 50 jalecos em um dia. Ele conta que, além de investirem o lucro para aumentar / melhorar a produção, já construíram a casa onde hoje moram e trabalham, há aproximadamente um ano.

Visão de futuro
São Gonçalo do Amarante Há cinco anos Mikaele de Sousa Reis, 19, mudou-se para a localidade de Lagoa do Mato, neste Município, com a mãe, após a sua separação. A princípio não gostou porque estava acostumada com uma cidade relativamente grande, Paracuru.

Lá, deu continuidade aos estudos e, quando terminou o Ensino Médio, foi fazendo todo curso que aparecia. Até que surgiu a oportunidade de fazer o curso de Empreendedorismo e Gestão de Negócios da Adel. "Aprendi muito, inclusive a ser mais responsável, conheci pessoas, me desenvolvi, aprendi a ter uma visão de futuro porque eu só pensava no presente", conta.
Com o empréstimo do Fundo Veredas, colocou o negócio de venda de roupas porta a porta, a Mikalux, afinal, quando parou para pensar sobre o que gostava, com vistas ao seu empreendimento, não teve nenhuma dúvida: roupas. "Você vê que a gente é muito simples, mas hoje já tenho como me manter. Meu sonho é abrir uma loja. Mas não vou deixar de vender porta a porta porque eu me sinto bem de estar na casa da pessoa, de conversar", afirma.

Sua mãe, Lêda Maria Santos de Sousa, 37, confirma o processo de transformação de Mikaela: "Antes, ela só estudava. Hoje, se sustenta e ainda ajuda em casa. Nem parece a mesma".

Negócio promissor
Pentecoste. Francisco Elielton Brito de Morais, 20, conta que, quando fazia cursos de informática de design gráfico, não passava por sua cabeça ter um negócio próprio. Os primeiros clientes vieram dos CDs que gravava nas festas, daí o nome da gráfica que hoje desponta no centro deste Município: Morais Gráfica e Comunicação Visual.

Com o curso de Empreendedorismo e Gestão de Negócios da Adel, resolveu se organizar. O crédito do Fundo Veredas deu para começar. Há dois anos, ele montou a gráfica, onde conta atualmente com um funcionário e dois estagiários. No fim do ano termina de pagar os últimos investimentos e pretende expandir o negócio.

A arte de reinventar
Pentecoste. O começo do negócio de Leonilda Soares Silva, 28, foi meio casual. Ela queria crescer, ter uma profissão: "Eu não planejei ser uma empreendedora". Quando ficou desempregada, as pessoas começaram a pagar para usar o seu computador.
Com o tempo, percebeu que estava ganhando mais do que na fábrica. Daí foi comprando outros computadores, impressora, até montar uma lan house em um ponto comercial que o pai tinha construído na casa onde mora, na localidade de Serrota.
Da mesma forma, aos poucos, com o surgimento dos smartphones, Leo viu que o negócio não estava rendendo como antes e que as pessoas estavam buscando outros serviços. Foi aí que fez o curso da Adel, montou o plano de negócios e novo investimento.

Hoje, além de vender pequenos insumos de informática, presta serviços de impressão, encadernação, plastificação, convites personalizados, estampa em camisetas, banners, gravação, internet e vende roupas para a sua mãe.

Atrás dos sonhos
Pentecoste. Como nem só da atividade rural se desenvolvem os municípios do Interior do Ceará, seus jovens encontram em outros setores formas de empreender sem a necessidade de se deslocarem para a Capital.
Trabalho não assusta o jovem José Rafael Marques da Silva, 23. Ele já atuou como marceneiro, carpinteiro, em lanchonete, sorveteria, mas foi na área de eletrônica e informática que encontrou a sua vocação.
Ele conta que tinha grande curiosidade e começou ajudando na manutenção de celulares. Depois trabalhou um ano em uma fábrica de sapatos e mais quatro meses na área do Porto do Pecém. Mas sempre com aquela curiosidade, "aquela vontade". Foi de uma indagação sobre essa sua inquietude em relação ao que queria fazer na vida que começou o seu processo de mudança.

Acabou pedindo demissão para trabalhar com manutenção de computadores com um rapaz que chegou à cidade. Essa investida não deu muito certo. Mas foi quando surgiu a oportunidade de participar do curso do Programa Jovem Empreendedor Rural (PJER) da Adel.

"Antes eu não sabia nem como fazer a cobrança pelo meu trabalho", conta. Incomodado com suas deficiências de formação, Rafael buscou uma oportunidade de trabalho em suporte de informática em Fortaleza para aprender mais. Diz que também encontrou muito suporte de informação no You Tube, até adquirir a segurança necessária para conquistar a sua clientela.
Com os ensinamentos e financiamento da Adel, ele montou uma loja de assistência técnica especializada. Admite que pretende, ainda, fazer faculdade de Ciência da Computação e de Engenharia Elétrica. Mas esse é um plano a médio prazo, já que, para isso, vai precisar de alguém trabalhando com ele. "Eu sempre corri atrás dos meus sonhos e não vou parar por aqui", afirma.

Diário do Nordeste


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